sexta-feira, julho 07, 2006
Caro primo,
escrevo-te ainda no autocarro que me vai levar para a terra encantada, onde todos os meus sonhos se vão tornar reais. Não é Óliwood, com aquelas letras brancas no cimo do monte como vimos nos filmes a que assistimos ao sábado à noite, mas tem muitos cartazes com anúncios espalhados pela rua e até há prédios, daqueles que dava para meter todos os nossos vizinhos lá dentro e ainda sobrava espaço, que têm uma das paredes com um anúncio gigante. Não sei se por viverem nestes ambientes mais agitados, as pessoas ficam com problemas de visão, mas espero bem que não, pois não gostava nada de ter de andar de óculos. Lembro-me sempre daquele nosso amigo a quem chamavam Tóni Cruse por ser tão feio e usar aqueles óculos que pareciam que eram feitos com os fundos das garrafas como aquela que atiraram no filme “Os deuses devem estar loucos”, lembras-te?
E nem a propósito da minha saída da aldeia, aqui no autocarro, ouve-se uma senhora a cantar: “Mande notícias do mundo de lá, diz quem fica…”. Foste tu que pediste ao senhor motorista para pôr esta cassete, para eu não me esquecer de ti? Podes ficar descansado que eu não me esqueço de ti e prometo ser como o Lobo Antunes que quando foi para a guerra escreveu aquelas cartas, que acabavam sempre da mesma maneira, à mulher, tá bem?
Beijos da prima Josefina!
escrevo-te ainda no autocarro que me vai levar para a terra encantada, onde todos os meus sonhos se vão tornar reais. Não é Óliwood, com aquelas letras brancas no cimo do monte como vimos nos filmes a que assistimos ao sábado à noite, mas tem muitos cartazes com anúncios espalhados pela rua e até há prédios, daqueles que dava para meter todos os nossos vizinhos lá dentro e ainda sobrava espaço, que têm uma das paredes com um anúncio gigante. Não sei se por viverem nestes ambientes mais agitados, as pessoas ficam com problemas de visão, mas espero bem que não, pois não gostava nada de ter de andar de óculos. Lembro-me sempre daquele nosso amigo a quem chamavam Tóni Cruse por ser tão feio e usar aqueles óculos que pareciam que eram feitos com os fundos das garrafas como aquela que atiraram no filme “Os deuses devem estar loucos”, lembras-te?
E nem a propósito da minha saída da aldeia, aqui no autocarro, ouve-se uma senhora a cantar: “Mande notícias do mundo de lá, diz quem fica…”. Foste tu que pediste ao senhor motorista para pôr esta cassete, para eu não me esquecer de ti? Podes ficar descansado que eu não me esqueço de ti e prometo ser como o Lobo Antunes que quando foi para a guerra escreveu aquelas cartas, que acabavam sempre da mesma maneira, à mulher, tá bem?
Beijos da prima Josefina!